quinta-feira, julho 22, 2010

Então...

Então você pensa que pode compreender a dor. Você pensa que pode controlar tudo ao seu redor e suprimir a angustia que a frustração lhe traz. Você acredita realmente que é capaz de esquecer as noites em claro - na janela do quarto, sonhando acordada, esperando uma valsa, um sinal, uma espada, para lutar e vencer! Então eu confesso que me entrego! Rendo-me à dúvida do devir, a incerteza da glória, a possibilidade da derrota. Sim, rendo-me, mas não cairei sem antes lutar, sem antes acreditar, sem antes rezar aos céus e aos anjos, bem como a todos os santos.
Senti pena de mim uma noite dessas... Sentir pena de si mesmo é como estar depois do fim. É como perder a luta sem ter tentado, é uma sensação muito estranha, complexa, densa e cinza, indescritívelmente constrangedora. Depois deste dia, nunca mais fui a mesma, ainda que banhada em lágrimas, ainda que corroída pelas críticas vazias e ferinas, nunca mais me permiti tal tipo de ‘auto-piedade’. Agora , ainda estou confusa, sentada na minha cama, escutando as mesmas canções que compuseram a minha estrada. Ainda estou tentando me sentir em casa ao fazer este ritual, estou tentando achar o elo perdido dentro de mim, e, quem sabe, voltar a caminhar pelas ruas cintilantes que eu construí em minha alma. Hoje o dia está estranho, a noite está mais silenciosa que o habitual, o sono não quer comparecer e eu ainda me sinto meio perdida na vida que tanto lutei para conseguir. Porém, ainda assim, eu sei que cultivei alguma coisa, sinto que amadureci como pessoa e, apesar da dor, eu consigo até sorrir.

sexta-feira, julho 16, 2010

Mais uma vez

Hoje é um daqueles dias onde eu precisava desesperadamente de alguém para falar. Mas como em toda "lei" universal desta ordem, não há ninguém para escutar. Vontade de contar coisas que estão engasgadas em minha alma. Vontade de compartilhar, de transpirar toda essa emoção... A cada dia que passa aprendo que o que vai no meu íntimo é tão indivisível, tão só meu, que é impossível essa espera, quase cega, de ser "vista".
Conversei muito sobre a minha "historinha", voltei correndo para casa e desabei no chão! No escuro do meu quarto vi fantasmas tão reais, tão presentes. Tá doendo tanto agora! Eu choro por mim. Sempre foi assim. Mas a "sua tormenta" me enlouquece!
Nessas horas tenho a sensação de que voltei no tempo e retrocedi mil vezes à mesma expectativa quase feliz que vivi em uma noite de verão, em um dia comum. Como vou esquecer? É impossível lutar contra a força da natureza. É impossível lutar contra mim mesma! Ainda como se não bastasse, aparecem-me pessoas, do nada, a falar coisinhas que, sinceramente, não tenho nada a ver. Não gastem meu tempo com isso. Não "gastem-me"!
Ainda bem que tenho este lugar. Posso "te" contar, posso contar com "você" em meus devaneios tolos de menina, posso contar com meus diários e minhas fantasias. Não tente me compreender, não me leve a mal, é incompreensível.
É tanto amor, ternura, paixão... É uma força que vem de um tempo irreal e ao mesmo tempo tão presente. É a força de uma morte ou de um nascimento incoerente. A força de uma mulher que ainda tenta acreditar... Mais uma vez, sem a menos explicação.